Vale a pena: “Switched at Birth”

Há algum tempo que as séries da ABC Family vêm me agradando. “Pretty Little Liars“, “Jane By Design” e “Melissa & Joey” são grandes seriados que aprecio — e muito! Hoje falo um pouco da fantástica “Switched at Birth“, protagonizada por Katie Leclerc e Vanessa Marano.

Switched at Birth

O que esperar de um enredo que narra a história de duas famílias que se encontram quando descobrem que suas filhas foram trocadas na maternidade? Particularmente, quando assistia às chamadas do programa no Sony Spin, achava a história meio bobinha, sem muito o que contar. Até que resolvi dar uma chance à série e me apaixonei de verdade.

Katie Leclerc interpreta Daphne Vasquez, uma adolescente surda que passou 16 anos vivendo com a mãe errada. Não sei se “errada” seria o termo certo, mas Daphne não viveu com a mãe biológica. O mesmo aconteceu com Bay Kennish (Vanessa Marano), que descobriu que seus pais não são, na verdade, aqueles que a trouxeram ao mundo. A troca é descoberta e a partir daí, a família Vasquez e a família Kennish decidem se unir para que possam se conhecer melhor.

Dois mundos distintos se cruzam. Bay é rica, sempre teve tudo que um pai atleta pode lhe proporcionar. Daphne, por outro lado, sempre viveu na periferia, com a mãe cabeleireira e a avó. E se não bastasse, Daphne ficou surda aos três anos de idade, após ter sido infectada pelo vírus da meningite. O pai a abandonou e a mãe — uma ex-alcoólatra — precisou se virar nos trinta para criar uma filha maravilhosa. Bay, a artista, nunca se sentiu “parte da família” e encontra muitas respostas quando passa a conviver com a mãe biológica, Regina (Constance Marie).

Lea Thompson (minha eterna “Caroline in The City“) é Kathryn Kennish, esposa e mãe dedicada, que sempre buscou dar o melhor de si para Bay e Toby (Lucas Grabeel, o Ryan da trilogia “High School Musical”). Seu marido é John Kennish (D.W. Moffett, com passagem por “Happily Divorced“), um ex-jogador de baseball que atualmente é dono de uma franquia de lava carros. A perfeita família rica americana. Exceto pela filha que, na realidade, não é filha.

O destaque, claro, vai para Katie Leclerc, cuja atuação é impecável. Daphne Vasquez não poderia ter melhor intérprete. A atriz é excepcional, consegue nos levar ao êxtase com sua brilhante interpretação, transmitindo exatamente como é ser surda vivendo em uma realidade de falantes. Quando adentra o universo Kennish de ser, Daphne se dá conta de como poderia ter vivido até então, do lar que poderia ter feito parte, porém, não fez.

Switched at Birth

A mensagem que a série transmite é fantástica. É interessante perceber como a surdez, para quem não a vive, é compreendida como um “defeito”. E foi assim que Kathryn tentou lidar com a questão quando levou Daphne para sua casa: ela quis “dar um jeito” na surdez da menina, ao invés de compreendê-la. Era mais fácil tentar “corrigir o problema” do que se adaptar à ele.

Com 22 episódios até o momento, “Switched at Birth” é uma inovação. A linguagem de sinais, presente em todo o seriado é algo muito valioso, dá mais emoção e humanidade às histórias vividas pelas duas famílias, que buscam a adaptação das filhas nessa nova jornada de suas vidas. Bay e Daphne têm duas mães e apenas um pai. O segundo pai, Angelo (vivido pelo galã Gilles Marini, conhecido por “Brothers & Sisters“), é uma incógnita que vem sido resolvida pelas duas filhas que tentam desvendar um passado dolorido.

O drama vivido pelas famílias enfrenta alguns obstáculos. Além da surdez de Daphne, das dificuldades de comunicação entre surdos e ouvintes, é preciso, ainda, lidar com a lei e a opinião alheia. John quer processar o hospital, mas Regina é contra, não quer se aproveitar da troca para conseguir benefícios. Kathryn quer contar sua história ao mundo e decide escrever um livro, que também vai contra a vontade da outra mãe. E claro, Bay e Daphne vivem realidades que, agora, são unificadas, mas ainda é preciso aprender a conviver com as diferenças, com o ciúme de não ser mais a caçula da casa e precisar dividir atenções.

Outros destaques vão para as interpretações de Marlee Matlin (conhecida por seu papel em “The L Word“), como Melody, a mãe de Emmett (Sean Berdy), melhor amigo de Daphne. Ambos são surdos e dão um show a mais durante cada episódio. Além de toda essa gente de peso, é muito interessante perceber como os próprios atores e atrizes, que não são surdos, se empenham para aprender a linguagem de sinais. Vanessa Marano e Lea Thompson são duas das atrizes que demonstram ter aprendido de verdade a comunicação pelas mãos. Não conseguem dialogar tão rápido quanto Katie Leclerc ou Sean Berdy, mas estão chegando lá!

Portanto, se você ainda não conhece as famílias Vasquez e Kennish, vale a pena dar uma chance. O programa faz parte da grade de programação do canal pago Sony Spin, todas as segundas, às 22h. Sintonize “Switched at Birth” e conheça esse universo encantado, você não vai se arrepender.

You may also like...

Deixe um comentário: